terça-feira, 3 de maio de 2011

A Arte de dizer...

Disse Sophia de Mello Breyner, no «Posfácio» do seu Primeiro Livro de Poesia:

«Espero que estes poemas sejam lidos em voz alta, pois a poesia é oralidade. Toda a sua construção, as suas rimas, os seus jogos de sons, a melopeia, a síntese, a repetição, o ritmo, o número, se destinam à dicção oral.

A poesia é a continuidade da tradição oral. E é mestra da fala: quem, ao dizer um poema, salta uma sílaba, tropeça, é como quem ao subir uma escada falha um degrau.

Por isso, para que a leitura em voz alta se entenda e seja bela, é necessário que a dicção seja clara, nítida, bem silabada e bem ritmada. As diferenças de sotaque não criam problema algum, pois cada sotaque tem a sua beleza. E é importante aprender o poema de cor, pois o poema decorado fica connosco e vai-nos revelando melhor, sempre que o repetimos, o seu sentido e a beleza da sua linguagem e da sua construção.»

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